sábado, 31 de outubro de 2009

A minha alma cheira a palco

É claro que eu penso em desistir e ser normal,ter salário fixo, carteira assinada, escritório, fim de semana.Mas a minha alma cheira a palco, a pancake, a gelo seco.A minha arte se manifesta em cada olhar torto, cada critica cruel, cada discussão estúpida.A minha voz só tem som no palco, nos ensaios exaustivos, quando a garganta não agüenta mais, o diafragma não segura mais .Foi no teatro, na coxia,no palco , no camarim que me criei, que cresci, que aprendi.Um oficio sagrado, e profano, amado e odiado, aclamado e criticado. Hoje posso ser patrícia, mas já fui Malu, já fui principe,fui Teité, de tudo um pouco.Eita brincadeira divina, nós brincamos de ser Deus, mas não somos nada.E não somos nada mesmo, mas lá, naqueles 15,30,60 minutos somos tudo, somos aquilo que nunca tivemos coragem de ser.A minha alma cheira a palco, a pancake, a gelo seco, e se veste de bobo da corte e de tragédia grega.A minha alma, é um pano bizarro, cheio de furos e rasgos, é um ser desconhecido, e de todos os personagens é o mais difícil de interpretar, de me entregar.Por isso me visto de puta e de menina de família, porque qualquer personagem, em qualquer peça, em qualquer momento, será muito mais fácil do que a minha personagem, a minha peça, a minha alma, que a propósito, cheira a palco.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Uma noite mais que especial

A muito tempo eu li em lugar que as coisas boas só tem valor de fato depois que a gente passa por muita coisa ruim.

Só damos valor a um grande amigo depois de conhecer muita gente ruim, de sofrer muito por isso, de se decepcionar muito com as pessoas.

Só reconhecemos um grande amor,depois de pelo menos uma vez chorarmos muito por alguém.

Só reconhecemos o sucesso, quando convivemos com a fracasso.

Esses dias eu senti exatamente isso, a felicidade de sentir que depois de(com o perdão da palavra) um monte de bosta o esforço valeu a pena.Essas duas ultimas semanas,eu transformei lagrimas em sorrisos,eu me senti especial, querida(e quem diz que não gosta de se sentir assim que se me mate, porque isso é impossível).Eu senti que as vezes eu faço algo de certo.

E depois de ter certeza absoluta que sou importante para uma grande amiga,de estar com quem eu quis, e ainda quero, depois de tanto tempo.Depois disso tudo de bom o auge mesmo foi sexta.Quando aquele teatro inteiro ouviu me nome. Que se dane que eu não ganhei, que se dane que eu fiquei em segundo ou terceiro, teve gosto de primeiro, de Oscar... ninguém sabe exatamente o que eu senti.Depois de chorar na escadaria do municipal por ter ouvido que seu trabalho incomoda,depois de gastar dias de trabalho e ele ser ignorado, ouvir seu nome sendo indicado como se alguém dissesse “você fez algo direito!”, bom, ninguém sabe como é.

Sexta foi, sem duvida alguma, uma das noites mais gratificantes do teatro que eu já vivi.Um muito obrigada praquela que sempre confiou em mim, obrigada por quem fica do meu lado na cabine, e dessa vez não to falando só do iluminador que sempre esteve ao meu lado, mas de um outro amuleto da sorte.

No teatro perseverança não pode faltar, e só Deus sabe quantas vezes eu disse que nunca mais faria uma sonoplastia na minha vida!

Merda!

Algo novo!

Sempre quis ter um blog.
Apesar do medo de cair no mesmo vício que me encontro com Msn, orkut, twitter, sempre quis ter um lugar para escrever pensamentos,emoções, novidades.
Mesmo que ninguem leia, uma espécie de diário sem segredo, algo meu que nao seja só pra mim.
Entao começo hoje, aqui, um novo vício, um novo motivo pra entrar todos os dias no computador, e um novo meio de comunicação.
Que "eu" seja bem vinda.
até breve!